Há exatos 10 anos atrás, Luiz Grimuza e Igor Larsen Soares se conheceram, e através de Bang, Iluminati e Catan foram abduzidos para o mundo dos jogos de tabuleiro modernos! Não demorou muito pro hobby virar paixão e dela surgir o desejo de se montar uma editora nacional. Apenas dois anos depois, em 2005, nasciam os embriões do que hoje é a Papaya Editora.
[Desbussolados]
- Como se deu a criação da Papaya Editora?
[Luiz] Assim
que começamos a jogar ficamos enlouquecidos e começamos a importar jogos. O
próximo passo foi começar a criar nossos próprios jogos. Obviamente, os
primeiros não eram muito bons e tinham muitos problemas na mecânica. Nosso
primeiro jogo que ficou bom foi o Falcatrua,
que ainda pretendemos lançar no futuro. Começamos então a procurar gráficas que
fossem boas e descobrimos que não só as gráficas não estavam preparadas como o
custo para uma tiragem inicial era proibitivo. Este problema, aliado pelo fato
de não existir canais direcionados a este hobby fez com que a Papaya Editora
fosse adiada.
Luiz Grimuza (esq) e Igor Larsen (dir) fundadores da Papaya Editora. |
[DB] - Qual será o perfil de publicações da Papaya?
A Papaya
está aberta a parcerias e em breve anunciaremos algumas. Fazemos jogos próprios
como é o caso do Butim que foi criado
por Igor Larsen (sócio da Papaya) e
do Ramsés Sohn, mas não estamos
limitados apenas a jogos nossos. Estamos estudando jogos de vários autores
nacionais e estudando o desenvolvimento de jogos para algumas franquias de
livros.
Os próximos
passos da Papaya incluem editar no Brasil jogos consagrados no exterior e
futuramente levar para os EUA nossos jogos nacionais. Pretendemos fazer isto
sem deixar de editar jogos de autores nacionais, portanto se você faz jogos ou conhece alguém que faça entre em contato conosco.
Ficaremos felizes em conhecer o seu jogo.
A
concepção e criação do Butim começou em setembro de 2012. Diversos playtests e
alterações foram feitas desde lá. Ainda hoje temos idéias de novas cartas e
mecânicas em forma de expansões para o jogo. Durante a sua concepção o Butim
passou pela mão de mais de 500 pessoas.
[DB] – E nesse
caminho, quais foram as maiores dificuldades de produção de um jogo no Brasil
que vocês encontraram?
A maior
dificuldade é conseguir qualidade no Brasil. Os preços ainda são muito altos
para tiragens pequenas e é muito complicado entrar em um mercado de nicho onde
os consumidores estão acostumados com a qualidade de produtos importados feitos
na Alemanha, Estados Unidos e China.
Infelizmente,
nossas gráficas não estão preparadas para fazer produtos da mesma qualidade. Mas nos últimos anos, a situação melhorou
muito e agora podemos fazer produtos que cheguem bem perto em qualidade
gráfica.
Claro que
também temos dificuldades de logística, pois o Brasil é um país enorme;
dificuldades de marketing, pois o nicho ainda é muito pequeno; distribuição em
lojas que possam vender fora do nicho é praticamente inexistente ou então faz
com que recebamos quase nada por cópia vendida, entre outros muitos problemas.
Por fim,
acredito que como em toda área da indústria e comércio, o maior vilão seja a
carga tributária. Mas não podemos deixar de pagar para que os políticos tenha
as suas regalias não é mesmo? :)
[DB] - Como
é o processo de criação? Quem são os autores dos novos projetos?
O
processo de criação muda radicalmente de autor para autor. Eu (Luiz) sempre uso
lápis e papel e sempre começo com algum conceito básico de tema e
funcionamento, desta maneira posso inventar mecânicas que representem algum
subset da realidade (ou fantasia) que estou tentando transformar em jogo.
Acho que
o Igor trabalha de forma parecida, mas ele costuma dispensar o uso do papel e
fazer tudo na cabeça dele.
[DB] - Como
foi a parceria com Ramsés Sohn e Paulo Kielwagen?
[Igor] -
Antiga, com os dois, com certeza. Primeiro conheci o Paulo (designer do Butim), quando morei em
Joinville, depois conheci o Ramsés (co-autor de Butim) logo quando vim para Curitiba há dez anos
atrás. Os dois são pessoas de muito talento e em tudo que se dedicam vira ouro!
[DB] - Quais os próximos projetos em
vista?
Por enquanto estamos negociando com
alguns autores e temos muitos jogos interessantes mas que não podemos anunciar.
Um dos próximos jogos com certeza será o Falcatrua, que é um jogo de
malandragem política bem divertido. Estamos ainda em fase de estudos de
viabilidade com alguns jogos de tabuleiros e cartas. Espere notícias nos
próximos meses.
Enquanto isso, o financiamento coletivo do BUTIM segue em
andamento no Catarse. Se você ainda não está participando, tem até o dia 20 de
setembro pra fazê-lo!
Ficou curioso? Confira a dupla de capitães do mar, Luiz e Igor,
falando mais sobre o jogo na página do Catarse.
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