Embarque numa viagem histórica entre as cidades de Quioto (ou Kyoto) e
Tóquio (Tokyo) realizada desde o século XI quando a capital japonesa era
conhecida como “Edo”, colecionando artigos típicos e desfrutando de uma bela
paisagem.
Objetivo:
Fazer
o maior número de pontos de vitória ao término da viagem/jogo.
Componentes:
1 tabuleiro de jogo
5 peças de viajantes
5 marcadores de pontos
5 marcadores coloridos
50 moedas
10 tiles de viajantes
(personagens)
12 cartas de Termas
60 cartas panorâmicas
25 cartas de comida
24 cartas de lembranças
14 cartas de encontros
7 cartas de bônus
Tokaido
é um belíssimo jogo com a arte de Naïade, nome artístico de Xavier Gueniffey
Durin (Seasons). Um traço elegante como pede a arte japonesa tradicional,
combinada com as cores vivas da cultura pop atual, fazem de Tokaido um daqueles
jogos que por si só já vale para ter na estante.
Uma
curiosidade interessante e agradará bastante os fãs e estudantes da cultura e
língua japonesa: todas as cartas possuem os nomes dos itens em japonês
romanizado e no alfabeto original.
Contra,
apenas dois fatores técnicos, o berço (ou insert) que torna-se quase inútil
caso resolva acondicionar suas cartas em sleeves e as moedinhas típicas que
precisam ter seu miolo delicadamente removido.
O
Jogo:
Cada
jogador embarca nessa viagem em Quioto e ao longo do caminho deve colecionar
uma série de itens que lhe renderão pontos ao longo da partida e ao final.
Respeitando
a história real, o caminho possui diversas pousadas ou hotéis, que são como check
in points do jogo e impedem que um determinado jogador dispare no caminho,
criando assim quatro mini caminhos a serem disputados.
Muito
da estratégia pessoal é determinada pelo personagem escolhido, que definirá a
sua quantia de dinheiro inicial e a sua habilidade. Não existem personagens nem
habilidades repetidas.
A
partir daí, as opções de paradas são: 1) a loja de lembranças: ao final do jogo
pontua-se pela quantidade de conjuntos de tipos de lembranças diferentes; 2) os
encontros: são personagens encontrados ao longo da viagem e que darão uma
ajudinha, seja em pontos, dinheiro ou ações extras; 3) as termas: dão ao
jogador pontos de vitória imediatos; 4) o templo: em troca de ofertas
monetárias aos deuses, os jogadores ganham pontos de vitória; 5) as paisagens
panorâmicas: a cada parada o jogador recebe um fragmento de uma paisagem e
deverá tentar completá-la, cada fragmento lhe confere pontos de vitória; 6)
fazenda: ganha 3 dinheiros. E finalmente, o hotel, em que os jogadores são
obrigados a parar e devem comprar comida.
O
curioso deste jogo é a movimentação. Não existe dado nem custo, apenas a
estratégia e oportunidade. A lei é uma só: avança aquele que estiver por
último! O jogador que estiver atrás de todos os outros na estrada, deverá mover
seu marcador para o ponto vago a sua escolha. Se ele continuar sendo o último,
jogará novamente. Caso não, o que estiver em último passará a ser o jogador da
vez. Mas não se pode ultrapassar os
hotéis, eles são parada obrigatória. Isso torna cada espaço muito disputado,
pois é preciso decidir entre avançar muito para chegar num ponto que te
beneficia e dar espaço para os outros jogadores fazerem várias ações, ou fazer
uma distância curta e perder o benefício lá da frente. A única conclusão é que
não se pode ter tudo neste jogo.
Ao
final da partida, além de todos os pontos que ganhou, todas as cartas que
acumulou podem lhe
render mais pontos. São 6 cartas especiais, sendo que 3
delas são distribuídas ao longo do jogo para o primeiro que completar cada tipo
de paisagem. As outras 3 são dadas ao final para aquele que tiver mais
encontros, mais termas e pelo conjunto de comidas mais caro. A contribuição ao
templo também é muito bem recompensada.
Parafraseando
meu amigo Fabrício, Tokaido pode ser descrito como um jogo de work placement disfarçado
com set colection. É leve e muito familiar, com partidas rápidas em torno de 30
a 45 minutos, que deixam com vontade de jogar mais.
Para
incrementar, o autor Antoine Bauza (7 Wonders e Ghost Stories) acrescenta
várias variantes para deixá-lo ao gosto do cliente. A primeira delas beneficia
os “gamers”, incutindo à ordem de largada um valor monetário, beneficiando quem
larga por último. A segunda variante é a possibilidade de se usar o caminho
inverso para jogar. Como os mini caminhos possuem paradas diferentes, jogar no
sentido Tóquio-Quioto exigirá uma estratégia diferente da necessária para
Quioto-Tóquio. E a terceira eu aconselho apenas para crianças pequenas pois
pode tirar bastante a graça do jogo, que é remover os personagens de cada
jogador. Após o lançamento, ainda foi lançada uma promo que adiciona 4 cartas
de encontro com novos benefícios.
Não
importando qual combinação você escolha, espero que se divirta na terra do sol
nascente.
Infos
2
a 5 jogadores
30
a 45 minutos
Acima
de 8 anos
Valor
médio $30
Editora:
FunForge
[Resenha publicada originalmente na Ludo Brasil Magazine nº 27]
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