28 de jun. de 2013

Tokaido

Embarque numa viagem histórica entre as cidades de Quioto (ou Kyoto) e Tóquio (Tokyo) realizada desde o século XI quando a capital japonesa era conhecida como “Edo”, colecionando artigos típicos e desfrutando de uma bela paisagem.

Objetivo:
Fazer o maior número de pontos de vitória ao término da viagem/jogo.



Componentes:
1 tabuleiro de jogo
5 peças de viajantes
5 marcadores de pontos
5 marcadores coloridos
50 moedas
10 tiles de viajantes (personagens)
12 cartas de Termas
60 cartas panorâmicas
25 cartas de comida
24 cartas de lembranças
14 cartas de encontros
7 cartas de bônus


Tokaido é um belíssimo jogo com a arte de Naïade, nome artístico de Xavier Gueniffey Durin (Seasons). Um traço elegante como pede a arte japonesa tradicional, combinada com as cores vivas da cultura pop atual, fazem de Tokaido um daqueles jogos que por si só já vale para ter na estante.



Uma curiosidade interessante e agradará bastante os fãs e estudantes da cultura e língua japonesa: todas as cartas possuem os nomes dos itens em japonês romanizado e no alfabeto original.



Contra, apenas dois fatores técnicos, o berço (ou insert) que torna-se quase inútil caso resolva acondicionar suas cartas em sleeves e as moedinhas típicas que precisam ter seu miolo delicadamente removido.

O Jogo:
Cada jogador embarca nessa viagem em Quioto e ao longo do caminho deve colecionar uma série de itens que lhe renderão pontos ao longo da partida e ao final.

Respeitando a história real, o caminho possui diversas pousadas ou hotéis, que são como check in points do jogo e impedem que um determinado jogador dispare no caminho, criando assim quatro mini caminhos a serem disputados.

Muito da estratégia pessoal é determinada pelo personagem escolhido, que definirá a sua quantia de dinheiro inicial e a sua habilidade. Não existem personagens nem habilidades repetidas.

A partir daí, as opções de paradas são: 1) a loja de lembranças: ao final do jogo pontua-se pela quantidade de conjuntos de tipos de lembranças diferentes; 2) os encontros: são personagens encontrados ao longo da viagem e que darão uma ajudinha, seja em pontos, dinheiro ou ações extras; 3) as termas: dão ao jogador pontos de vitória imediatos; 4) o templo: em troca de ofertas monetárias aos deuses, os jogadores ganham pontos de vitória; 5) as paisagens panorâmicas: a cada parada o jogador recebe um fragmento de uma paisagem e deverá tentar completá-la, cada fragmento lhe confere pontos de vitória; 6) fazenda: ganha 3 dinheiros. E finalmente, o hotel, em que os jogadores são obrigados a parar e devem comprar comida.

O curioso deste jogo é a movimentação. Não existe dado nem custo, apenas a estratégia e oportunidade. A lei é uma só: avança aquele que estiver por último! O jogador que estiver atrás de todos os outros na estrada, deverá mover seu marcador para o ponto vago a sua escolha. Se ele continuar sendo o último, jogará novamente. Caso não, o que estiver em último passará a ser o jogador da vez. Mas não se pode  ultrapassar os hotéis, eles são parada obrigatória. Isso torna cada espaço muito disputado, pois é preciso decidir entre avançar muito para chegar num ponto que te beneficia e dar espaço para os outros jogadores fazerem várias ações, ou fazer uma distância curta e perder o benefício lá da frente. A única conclusão é que não se pode ter tudo neste jogo.

Ao final da partida, além de todos os pontos que ganhou, todas as cartas que acumulou podem lhe
render mais pontos. São 6 cartas especiais, sendo que 3 delas são distribuídas ao longo do jogo para o primeiro que completar cada tipo de paisagem. As outras 3 são dadas ao final para aquele que tiver mais encontros, mais termas e pelo conjunto de comidas mais caro. A contribuição ao templo também é muito bem recompensada.

Parafraseando meu amigo Fabrício, Tokaido pode ser descrito como um jogo de work placement disfarçado com set colection. É leve e muito familiar, com partidas rápidas em torno de 30 a 45 minutos, que deixam com vontade de jogar mais.

Para incrementar, o autor Antoine Bauza (7 Wonders e Ghost Stories) acrescenta várias variantes para deixá-lo ao gosto do cliente. A primeira delas beneficia os “gamers”, incutindo à ordem de largada um valor monetário, beneficiando quem larga por último. A segunda variante é a possibilidade de se usar o caminho inverso para jogar. Como os mini caminhos possuem paradas diferentes, jogar no sentido Tóquio-Quioto exigirá uma estratégia diferente da necessária para Quioto-Tóquio. E a terceira eu aconselho apenas para crianças pequenas pois pode tirar bastante a graça do jogo, que é remover os personagens de cada jogador. Após o lançamento, ainda foi lançada uma promo que adiciona 4 cartas de encontro com novos benefícios.

Não importando qual combinação você escolha, espero que se divirta na terra do sol nascente.


Infos
2 a 5 jogadores
30 a 45 minutos
Acima de 8 anos
Valor médio $30
Editora: FunForge

[Resenha publicada originalmente na Ludo Brasil Magazine nº 27]

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