Mago, anão, arqueiro ou guerreiro? Escolha um personagem,
responda ao chamado do rei e viva uma aventura medieval enfrentando todos os
tipos de monstros, até mesmo um dragão, em nome da segurança do seu reino!
Objetivo
Variáveis, de acordo com a Lenda que está sendo jogada.
Sobre o autor
Michael Menzel é ilustrador de mais de 150 jogos, incluindo
os renomados Catan, Cuba, Thurn & Táxis, Stone Age e Cable Car. Andor é sua
estréia como autor, projeto no qual trabalhou por cinco anos.
Componentes
1 tabuleiro dupla-face, 4 tabuleiros de personagem
dupla-face, 1 tabuleiro de mercador/batalha, 72 cartas de lendas, 66 cartas de evento, 41 suportes plásticos, 8
heróis, 28 monstros, 7 personagens
adicionais, 1 torre, 142 tiles & tokens, 9 discos de madeira, 5 cubos de
madeira, 1 peão de madeira (narrador), 20 dados (D6), Livro de regras, Livro de
referências
A caixa pesada e recheada de componentes, todos em ótimo
papelão com base plástica, bons dados e peças de madeira. Os dois únicos pontos
negativos são em relação a rigidez da caixa que não comporta muito bem o peso
dos componentes. O segundo ponto é a falta de berço que precisa ser compensada
com muitos saquinhos “ziplock”.
O tabuleiro apresenta dois lados, com cenários diferentes
para as lendas. O básico mostra a superfície, e o avançado o subterrâneo. Um
detalhe muito interessante são os tokens de personagens, todos eles desenhados
frente e verso, uma boa alternativa para se substituir as miniaturas de forma
econômica, mas mantendo a ludicidade. Destaque para a torre e o dragão, que
possuem artifícios tridimensionais.
Outro destaque é a existência de heróis masculinos e
femininos, permitindo ao jogador escolher não apenas a classe, mas também o
gênero do personagem.
Tudo com uma arte caprichadíssima do mestre alemão, que usou
a experiência adquirida nos jogos alheios para fazer uma grande estréia.
O jogo
Andor é um jogo de tabuleiro que bebe muito da influência
dos RPGs medievais e com ótimos resultados. Cada jogador assume um personagem:
guerreiro, arqueiro, anão ou mago. Para todos eles existe a versão masculina e
feminina (como dito anteriormente), para escolha do jogador. E cada tipo de
personagem tem sua especificação e poder especial, a famosa ficha de atributos,
mas simplificada.
Cada partida é única e os jogadores devem escolher uma
dentre as cinco lendas que acompanham o jogo (que vem com cartas em branco para
que os jogadores criem suas próprias histórias). Essas lendas contam a história
do reino de Andor e ditam as regras da partida, conforme o peão do Narrador
avança na linha narrativa, que vai de A a N. Além dos pergaminhos, existem as
cartas de eventos que acrescentam elementos, vantagens e desvantagens ao longo
do jogo.
Para não estragar a surpresa, o famoso “spoiler”, vou me
ater apenas a Lenda 1: A Chegada dos Heróis (partida introdutória), que além de
contar história também explica as regras do jogo, afinal, jogar “Legends of
Andor” é como ler e viver um livro, e se contarmos mais do que devemos, podemos
estragar as próximas partidas.
“O Rei Brandur está preocupado, pois os períodos de paz no
reino de Andor duram pouco tempo. O Príncipe Thorald acaba de retornar ao
castelo de Riet e convoca os heróis mais valentes de todo o reino. Eles chegam
numa manhã nublada, quando começa nossa aventura.”
Esses heróis são o GUERREIRO, que possui mais dados para
combate e ganha mais pontos de vontade ao esvaziar o poço. O ANÃO pode
barganhar o preço praticado pelo mercador ao adquirir itens e pontos de força.
O ARQUEIRO pode combater à distância, e o MAGO pode alterar o valor de seu
único dado (ou dos companheiros) virando-o do lado oposto (1 vira 6). O setup
da partida já está incluída nas regras, assim, a história se inicia ao mesmo
tempo em que o “cenário” é construído e os jogadores aprendem a se movimentar,
pegar itens e duelar.
Embora cada lenda possua um objetivo particular, conforme a
história nos é contada, existe uma condição básica primordial que precisa ser
respeitada: impeça que os monstros invadam o castelo! De acordo com a
quantidade de jogadores, existe um limite suportável de invasores. Ultrapassado
esse limite, os heróis são derrotados. Assim, os heróis devem manter o castelo
seguro matando os monstros que se aproximam da fortaleza. Mas (sempre existe
um, não?) quanto mais monstros são mortos, mais rápida a história é contada, e
menos tempo os heróis terão para cumprir o objetivo da lenda. Logo, os
jogadores tem dois fatores atuando contra: a invasão ao castelo e o tempo.
Para tornar mais difícil, o objetivo do lenda não é revelada
no início, mas durante a partida, e os heróis precisarão estar prontos para se
separar e trabalhar em conjunto. Parece difícil, não? Por isso é um jogo
cooperativo, cada jogador precisará representar seu papel muito bem, para que
todos consigam a vitória.
Após jogar algumas partidas da Lenda 1 ela pode parecer
simples, mas no início é bem desafiadora e muito útil. É fundamental essa
introdução, passando por situações desfavoráveis, com tão poucos recursos e com
tantos monstros a serem enfrentados, pois ensina aos jogadores o valor do
cooperativismo e que só com ele se pode vencer.
Evita dar mais detalhes para não estragar a história, mas
aqui vai uma dica muito importante: divida a ação entre os heróis. Lembre-se
que eles podem trocar itens e/ou equipamentos quando estão na mesma casa, e
cuidado: o mensageiro deverá evitar os monstros no seu caminho!
Conclusões:
Andor faz o jogador entrar mesmo no universo medieval, numa
forma simplificada de um RPG. A surpresa da história que é contada a cada novo
pergaminho, o avanço incondicional dos monstros, a meta a ser cumprida, tudo
soma pra um excelente jogo de estratégia e aventura.
Conforme as lendas avançam, novos elementos são incorporados,
desde personagens e itens especiais à cenários. A rejogabilidade é garantida
pelas escolhas dos jogadores, pelas cartas de evento, pela combinação de heróis
e pelas lendas diferentes.
O autor propicia a oportunidade de que os jogadores criem
suas próprias lendas, e algumas já se encontram no BGG, além de uma lenda extra
oficial.
As regras e mecânicas são simples para que o jogador possa
se concentrar nas táticas do jogo. Mais um ponto ao Menzel, focando o jogo na
ação e não nas inúmeras minúncias de regras.
A todos uma ótima aventura, e nos encontramos na próxima
lenda!
[Resenha publicada originalmente na Ludo Brasil Magazine nº 26]
tem esse jogo em português?
ResponderExcluirOlá, Gian. Ainda não. Mas vários países já o publicaram, então vc encontra em Inglês, espanhol, alemão, polonês e russo.
ExcluirEu comecei o processo de tradução pra português, mas não posso garantir ainda quando ficará pronto. Mas avisarei ;)
Olá Renata Palheiros,
ExcluirTudo bom?
Teria como passar a tradução do jogo?
Grato,
oi, Bruno. infelizmente o projeto teve que ficar de lado por conta da correria do trabalho. :(
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