31 de mar. de 2013

26º, 27º, 28º, 29º e 30º Arariboards

Março terminando, é chegada a hora do resumo das jogas do Arariboard. Este mês contando com a colaboração dos amigos desbussolados Fab e Arnie.

  26º Arariboard (03/03/13)                                                                                                                     
Por Fabrício Mello

Domingo éramos cinco na mesa: Renata, Marcio, Mike, Eduardo e o abaixo assinado. Brito furaribou em cima da hora. Jogamos dois jogos.

Primeiro, Strasbourg, trazido pela Renata, um euro bem ágil com leilões e controle de área. Eu preciso jogar uma segunda vez para emitir opinião, e até gostaria, mas a Renata jamais deixará eu me aproximar de novo do jogo, e provavelmente de qualquer outro dela...

Colocação:
Michael 49 pontos
Renata 44 pontos
Fabrício 40 pontos
Marcio e Eduardo 34 pontos

Depois, jogamos o meu Galactic Emperor. Acho que todos se divertiram; o nosso grognard Eduardo, que andava carente de jogos de guerra, se amarrou no jogo e chegou a falar de comprar um pra ele. Eu, de minha parte, confirmei que o jogo é bem equilibrado e azeitadinho. A partida fluiu bem e terminou em exatamente 3 horas, o que considero ótima duração para uma sessão inaugural, com mesa cheia, de um jogo de exploração e conquista tipo Twilight Imperium. Cheguei a mandar uma mensagem sobre isso para o designer (Batman) no BGG e ele respondeu agradecido.

Colocação:
Eduardo 37 pontos
Fabrício 37 pontos
Marcio 36 pontos
renata 34 pontos
Michael 23 pontos


  27º Arariboard (10/03/13)                                                                                                                     
Por Arnaldo Carvalho

Pela segunda vez, duas mesas! Nessa noite o povo experimentou o cardgame de Shadows over Camelot, antes de minha chegada.

Cheguei e mostrei rapidamente três joguinhos que levei como opção (Kingdoms, King of Siam e Iluminatti: NWO). Então chegou minha filha Clara, estreando no Arariboard, e, havendo seis pessoas, foi decidida a divisão do grupo em duas mesas. Em uma rolou Agrícola enquanto noutra, King of Siam.

O Agrícola foi ensinado por Brito para Clara e Marcio, que gostaram muito e não se saíram mal para primeira partida, encostando em pontuação no Brito.

No mesmo tempo do Agrícola, o Siam pôde ser jogado duas vezes na outra mesa. Na primeira, vitória de Fabrício, que "controlou" o jogo desde o princípio. Na segunda, tudo podia acontecer até o último ato, e terminou com vitória minha, nas condições de desempate mais extremas. O mesmo jogo, duas manifestações completamente diferentes.

Talvez um dia valha a pena escrever sobre o King, mas o que posso reafirmar aqui é que trata-se de uma mecânica muito distinta das do Euro comum. Lembro, porém, aos interessados, uma análise de Fabrício, quando bem disse ao final da segunda partida: "os jogos normalmente terminam com você expandindo sua árvore de possibilidades. No Siam é invertido, termina-se com muita escassez, mas isso é feito não só mantendo, mas desenvolvendo um clima de tensão em torno dos acontecimentos". É realmente um game a ser experimentado por todos!

A noite foi tranquila e agradável, saímos mais uma vez com ótima impressão do nosso mini-evento e da qualidade humana de nossos novos amigos.



  28º Arariboard (17/03/13)                                                                                                                     
Por Rê Palheiros

Lançamento da última Essen, o domingo foi dedicado exclusivamente ao Myrmes. Jogo com temática super original, nos propõe o controle de um formigueiro, desde o nascimento das larvas, seu desenvolvimento para formigas operárias e soldados, até a obtenção de recursos para o desenvolvimento e manutenção do formigueiro. Falando assim parece ser só mais um euro, econômico com work placement (que eu adoro), mas não é, tem sua originalidade.

detalhe da superfície

Temos que administrar dois ambientes, a colônia que cuida das formigas, e o ambiente externo, a superfície. Nesta, a idéia é usar peças meio tétris, meio quebra-cabeças, para ocupar o território o melhor possível e dele obter recursos como comida, terra e pedra que melhorarão a estrutura do formigueiro. Além de ataques a outros insetos. Não é preciso dizer que em poucas jogadas o espaço fica escasso, e pequenos combates são realizados contra os formigueiros adversários.

tensão em busca da melhor jogada

Estava com medo de ser um jogo muito heavy pelos comentários que tinha lido, mas não. É um jogo cerebral sim, mas médio, dá pra levar na boa. Nossa partida durou 3h mas confesso que não senti, e tinhamos 3 pessoas jogando pela primeira vez. Com certeza esse tempo pode baixar nas próximas partidas.

Expectativa positiva confirmada!

Colocação:
Brito 80 pontos
Renata 54 pontos
Fab 45 pontos
Graça 40 pontos

formiga perdida no caminho errado!



  29º Arariboard (24/03/13)                                                                                                                     

Dando as boas vindas a mais um membro da família Arariboard, Rafael! 
Semana atípica, quando pela primeira vez Brito não levou nenhum jogo, nem Fabrício. Eu tive que furariboardar devido as dores lacinantes do siso, e a pátria foi salva justamente pelo convidado, que levou dois jogos.
Rafael, Brito, Fab e Mike disputaram várias partidas de Tsuro. (sem registro de score) e em seguida foi a vez do cooperativo Castle Panic. E eles conseguiram vencer os monstros!


  30º Arariboard (31/03/13)                                                                                                                     
Por Fabrício Mello
Hoje, feriadão de Páscoa, compareceram apenas Renata, Rafael e o acima assinado. Jogamos três jogos:

De primeira, Tokaido, cortesia da nossa ludojornalista siso-deficitária. Belíssimo jogo com estética meio sumi-ê. É um worker placement disfarçado. O mecanismo de relógio que os jogos de wp geralmente têm, neste caso é o próprio caminho entre Kyoto e Tóquio, que compõe o tabuleiro. Jogo light, relaxante, pra jogar tomando chá verde. Entrou para a minha wishlist.

Colocação:
Fab 81 pontos
Rafa 69 pontos
Rê 57 pontos



detalhe das paisagens

Em seguida, foi a vez do Libertália, minha cópia, vendo mesa pela primeira vez. Jogo de cartas bem estratégico, com tema de piratas e seleção simultânea de papéis. Aprovadíssimo por todos.

Colocação:
Fab 77 pontos
Rafa e Rê 72 pontos




Depois que Renata saiu, Rafael e eu fizemos de sobremesa um mini-campeonato de Lost Cities, que dispensa apresentações. Cinco partidas curtas e bem disputadas, o cara pegou rápido o jeito do jogo! Campeonato disputado: ganhei as duas primeiras, mas depois ele pegou a manha do jogo e ganhou duas seguidas. No desempate, eu levei.
Prevejo que esse nosso novo sócio vai dar muito trabalho nos euros pesados que jogamos de vez em quando. Brito prepare-se...

=^^=

15 de mar. de 2013

Endeavor

Viajar pelos oceanos desconhecidos, desbravando novos continentes, fundando cidades e descobrindo tesouros. Quem nunca sonhou uma aventura assim? Em Endeavor, somos exploradores europeus quando a Europa era o centro do mundo, e o restante sequer havia sido mapeado ainda, em busca de glória nos novos continentes.

Objetivo:
Conseguir o maior número de pontos de vitória.


Componentes: 
1 tabuleiro, 48 cartas, 45 tiles de prédios, 5 tabuleiros de jogador, 104 tokens, 135 discos de madeira, 1 coroa (marcador de jogador inicial).

Os componentes são de excelente qualidade, com tabuleiros extremamente rígidos (que explicam o peso da caixa) e muitos marcadores de madeira.

Endeavor nos traz uma arte abstrata, de um “globo” plano, com os mapas costurados  como num grande quebra-cabeças, quando a Terra ainda não era vista como redonda. O trio que assina a arte (cappel,m Franz e Girke) é pouco conhecido, com destaque apenas para Wasabi (Cappel)  e as expansões do Agrícola Girke). Aqui empregaram um design elegante, com iconografia fácil, e encorajador, daqueles que te fazem querer jogar, querer conhecer aquele mundo.

O Jogo:
A mecânica é bem simples e para acompanhar a linha de ação, basta utilizar o próprio tabuleiro do jogador. Cada rodada é dividida em 4 fases: 1ª. TIJOLOS: os jogadores devem construir um prédio, de acordo com seu nível de indústria, 2ª VASO: trazer mais trabalhadores para o seu tabuleiro, 3ª MOEDA: pagar os salários dos trabalhadores (os que foram usados na rodada anterior para ativar o prédio retornam para o tabuleiro) e finalmente a 4ª AÇÃO: a fase de conquista.



Na fase de ação, o jogador deve ativar um prédio e executar a ação descrita, que pode ser conquistar uma cidade, entrar em uma rota de navegação para descobrir um novo mundo, combater com outro jogador por um território e pegar cartas. A princípio, somente a Europa está livre para se conquistar. Para entrar em qualquer outra região é preciso navegar toda a rota até as cartas e alguém se tornará o Governador daquele continente.

Repare que todos os espaços possuem totens com os mesmos ícones do tabuleiro do jogador. Quando este ocupa um espaço, imediatamente ganha um ponto do ícone que estava no token.  Cada ícone desses institui um limitador restringindo as ações do jogador. Assim, sempre que evoluir em uma linha, terá mais opções de ação. Saber em qual linha avançar é muito importante e deve ser feita com equilíbrio.

As cartas também possuem esses ícones, além de pontos de vitória. Mas cuidado, se a Abolição da Escravatura for decretada, todos que tiverem cartas de escravos serão punidos, pois terão que libertá-los!

E como se ganha esse jogo? Basicamente, avançando o nível de indústria (tijolos), cultura (vaso), finanças (moeda) e política (escudo), conquistando cidades e colecionando cartas.
DICA: tente fazer o maior número de cidades conectadas, pois elas garantem pontos extras.

Agora você está pronto para se declarar govenador das Índias, da África e das Américas!



Considerações:
Visser e Gray, a dupla de autores, realmente apareceram para o mundo dos boardgames com Endeavor, que chamou bastante atenção nos anos de 2009 e 2010, sendo indicado aos grandes prêmios da área, e levando o segundo lugar no JUG e Tric Trac.

É um jogo médio leve, de fácil explicação, independente de idioma, divertido e estratégico. Não é difícil entender seu sucesso e o porquê de figurar no Top 100 do BGG desde então.


Apesar de oficialmente ser para no mínimo 3 jogadores, no BGG pode-se encontrar a variante para dois, mas a recomendo só em casos extremos.

Sem dúvida é um xodó particular do desbussolados e recomendo a qualquer ludoteca.

Informações:
3 a 5 jogadores
90 min de duração
Acima de 12 anos
Editoras: Z-Man, Lookout Games, Ystari Games, etc
 
[Resenha publicada originalmente na Ludo Brasil Magazine nº 24]